Brasil: El Entrenamiento y las
Violaciones a los DDHH
Pablo Ruiz*
A
pocos días que conozcamos el Informe de la Comisión de la
Verdad debemos saber que Brasil sigue enviando militares a
la Escuela de las Américas del Ejército de EEUU.
Esta academia militar fue fundada en 1946 en Panamá con el
objetivo de dar entrenamiento a soldados latinoamericanos en
técnicas de guerra y contrainsurgencia.
Desde 1984 comenzó a operar en los mismos EEUU y desde el
2001 se le conoce también como Instituto de Cooperación y
Seguridad del Hemisferio Occidental (WHINSEC en sus siglas
en ingles).
Desde su fundación a la fecha ha entrenado a más de 77.000
soldados latinoamericanos bajo la doctrina militar
estadounidense.
Muchos de sus graduados están acusados de cometer
violaciones a los derechos humanos en sus propios países.
Fue precisamente en la Escuela de las Américas donde se
adoctrinó a los soldados latinoamericanos en los conceptos
de la Doctrina de la Seguridad Nacional: la idea del
“enemigo interno”.
En 1996 la prensa de EEUU reveló que los Manuales de
Entrenamiento utilizados aconsejaban "aplicar torturas,
chantaje, extorsión y pago de recompensa por enemigos
muertos".
Con justa razón Amnistía Internacional ha señalado que "los
torturadores no nacen: alguien los educa, los entrena y los
apoya”.
De la verdad a la plena justicia
La aspiración legitima, cuando un país asume que hubo
violaciones a los derechos humanos, es que el Estado asegure
a sus ciudadanos el derecho absoluto a la plena justicia, la
verdad, la reparación y fundamentalmente de garantías de no
repetición.
Las garantías de no repetición son todas las medidas que se
toman para desmantelar las doctrinas, enseñanzas,
organizaciones, leyes, etc., que permitieron que se
cometieran abusos a los derechos humanos.
Quizás uno de los más completos Informes de Comisiones de la
Verdad latinoamericanos es el Informe de la Comisión de la
Verdad, Ecuador 2010, titulado “Sin verdad no hay justicia”
que en su parte sobre “Conclusiones y Recomendaciones”
señaló que “el imaginario de “enemigo interno” se concibió
en el marco de la Doctrina de Seguridad Nacional, para
referirse no sólo a las organizaciones insurgentes, sino en
general a las organizaciones sindicales, estudiantiles,
indígenas o de cualquier otro tipo, que fueran
consideradas como una amenaza al orden democrático”.
Agrega que “Las Fuerzas Armadas eran las principales
estructuras encargadas de combatir al “enemigo interno” en
Latinoamérica” y que “la Escuela de las Américas se
erigió como la principal organización del ejército de los
Estados Unidos destinada a la instrucción militar en
América Latina”.
El informe recomienda una serie de medidas para la no
repetición de violaciones a los derechos humanos. Dentro de
ellas, llama a los ministros de Defensa Nacional, de
Gobierno y Policía a “que no se autorice a miembros de las
Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional a que asistan a
cursos con enseñanzas contrarias a los derechos humanos. De
manera particular, el Instituto de Cooperación y Seguridad
del Hemisferio Occidental, antes conocido como la Escuela de
las Américas”.
Finalmente, el Presidente Rafael Correa decidió el 2012 no
autorizar más envíos de militares o policías a esta academia
militar. Lo mismo ha hecho Venezuela, Bolivia, Nicaragua y
Argentina. Brasil debiera seguir el mismo ejemplo no enviar
siquiera un soldado a la tristemente conocida “escuela de
asesinos”.
Esta propuesta, debiera ser una de las tantas
recomendaciones, como la anulación de la Ley de Amnistía,
entre otras, que debiera realizar la Comisión de la Verdad
al Estado.
* Pablo Ruiz; Equipo Latinoamericano de SOAW, Observatorio
de la Escuela de las Américas
Brasil: O Treinamento e
as Violações aos Direitos Humanos
A
poucos dias de conhecermos o relatório da Comissão Nacional
da Verdade, devemos saber que o Brasil segue enviando
militares à Escola das Américas do Exército dos Estados
Unidos.
Essa academia militar foi fundada em 1946, no Panamá, com o
objetivo de oferecer treinamento a soldados
latino-americanos com base em técnicas de guerra e contra
insurgência.
Desde 1984, começou a operar no próprio território
norte-americano e, desde o ano 2001, é conhecida também como
Instituto de Cooperação e Segurança do Hemisfério Ocidental
(WHINSEC, sigla em inglês).
Desde sua fundação até hoje, vem treinando mais de 77.000
soldados latino-americanos sob a doutrina militar
estadunidense.
Muitos dos seus graduados estão sendo acusados de cometer
violações aos direitos humanos em seus próprios países.
Foi exatamente na Escola das Américas onde se doutrinou os
soldados latino-americanos, baseando-se nos conceitos da
Doutrina da Segurança Nacional: a ideia do “inimigo
interno”.
Em 1996 a imprensa dos EUA revelou que os Manuais de
Treinamento utilizados aconselhavam “aplicar torturas,
chantagens, extorsão e pagamento de recompensa por inimigos
mortos”.
Com justa razão, a Anistia Internacional
tem apontado que “os torturadores não nascem: alguém os
educa, os treina e os apoia”.
Da verdade à plena justiça
A aspiração legítima, quando um país assume que houve
violações dos direitos humanos, é que o Estado assegure aos
seus cidadãos o direito absoluto à plena justiça, à verdade,
à reparação e, fundamentalmente, garantias de não repetição.
As garantias de não repetição são todas as medidas que se
tomam para desmantelar as doutrinas, ensinamentos,
organizações, leis, etc, que permitiram que se cometessem
abusos aos direitos humanos.
Quiçá um dos mais completos Relatórios de Comissões da
Verdade latino-americanos seja o Informe da Comissão da
Verdade do Equador, 2010, intitulado “Sem verdade, não há
justiça” que em seu capítulo sobre “Conclusões e
Recomendações” apontou que “o imaginário do ‘inimigo
interno’ foi concebido no marco da Doutrina de Segurança
Nacional para se referir não só às organizações insurgentes,
mas, sim, em geral, às organizações sindicais, estudantis,
indígenas ou de qualquer outro tipo que fossem consideradas
como uma ameaça à ordem democrática”.
Acrescenta que “As forças Armadas são as principais
estruturas encarregadas de combater o ‘inimigo interno’ na
América Latina” e que “a Escola das Américas se erigiu como
a principal organização do exército dos Estados Unidos
destinada à instrução militar na América Latina”.
O relatório recomenda uma série de medidas para a não
repetição de violações dos direitos humanos. Dentro delas,
faz um chamado aos ministros de Defesa Nacional, governo e
polícia a “que não autorize a membros das Forças Armadas e
da Polícia Nacional que frequentem cursos com ensinamentos
contrários aos direitos humanos, em maneira particular, O
Instituto de Cooperação e Segurança do Hemisfério Ocidental,
antes conhecido como a Escola das Américas”.
Ao fim, o Presidente Rafael Correa decidiu em 2012 não
autorizar mais envios de militares ou policiais a essa
academia militar. O mesmo foi feito pela Venezuela, Bolívia,
Nicarágua e Argentina. O Brasil deveria seguir o mesmo
exemplo e não enviar um único soldado sequer à tristemente
conhecida “escola de assassinos”.
Essa proposta deveria ser uma das tantas recomendações, como
a anulação da Lei de Anistia, entre outras, que deveria
realizar a Comissão Nacional da Verdade ao Estado
brasileiro.
* Pablo Ruiz, Equipe Latino-americana do
SOAW (Observatório pelo Fechamento da Escola das Américas)